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domingo, 17 de junho de 2012

Afinal de Contas: Quem é Que Manda Nessa Poha?


Na sexta feira, e portanto apenas dois dias após o Lobão ter jurado sobre a Bíblia que não haveria aumento no preço dos combustíveis neste ano, a graciosa presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, anunciou que o reajuste será necessário para viabilizar o plano de negócios de US$ 236,5 bilhões da estatal para o período de 2012 a 2016. Questionada sobre quando o reajuste seria aplicado, a presidente da Petrobras disse ainda não haver uma data.
O conversê foi durante sua apresentação no Fórum de Sustentabilidade Corporativa da Rio+20 e disse ainda dona Graça que o plano de negócios será detalhado em 25 de junho, para quando está agendada uma reunião com analistas e imprensa.
A Petrobras divulgou esta semana o seu plano corporativo, que prevê aumento de 5% nos investimentos no período, mas projeta para 2016 uma produção 15% menor que o previsto no ano passado para 2015. CUMA JÁ? Vão gastar mais e produzir menos? Que é que vai investir numa empresa dessa?
O que eu consegui ler me dá a entender que, embora tenha sido aprovado numa única reunião do conselho de administração, ao contrário da desastrosa gestão anterior em que a empresa precisou de três reuniões (quase 6 meses) para definir seu plano de negócios, indicando maior convergência de interesses entre a nova diretoria e o dono principal, o governo, a coisa está meio que feita nas coxas. 
O principal ponto positivo do plano é o fato de estar mais ancorado em metodologias concretas e técnicas pra os investimentos, busca no aumento de eficiência operacional e metas de produção mais realistas. No entanto, a falta de ações de curto prazo, tais como o alinhamento dos preços de combustíveis domésticos aos preços internacionais, flexibilização da política de conteúdo local e o comprovado adiamento do investimento em refinarias, fez com que o plano tenha sido mal avaliado pelos especialistas.
Do total de US$ 236,5 bilhões de investimento do plano, US$ 208,7 bilhões são considerados investimento comprometido, e portanto imutável; os US$ 27,8 bilhões restantes são projetos sob avaliação, que podem ser cancelados ou adiados. No segmento de Exploração e Produção o investimento será de US$ 141,8 bilhões, sendo 97% de investimentos comprometidos e 3% sob avaliação. O investimento no segmento de Refino será de US$ 65,5 bilhões, sendo que 79% está comprometido e 21% está sob avaliação.
No que se refere ao refino, percebe-se que uma boa parte está sujeito a avaliação. Isso mostra que poderão ocorrer adiamentos ou mesmo cancelamento de algumas refinarias anunciadas no Plano anterior. Ou seja, phodel: importação de combustível à vista e por muito tempo.
Não sou especialista, mas arrisco um palpite que mesmo reduzindo investimentos, permanecem dúvidas quanto à capacidade da estatal em se financiar sem ultrapassar seus limites. Há questões importantes prejudicando a capacidade de geração de caixa da Petrobras que não estão sendo resolvidas.
Uma delas, a meu ver, é a amarração da política populista eleitoral e a política de preços de combustíveis tecnicamente definida, que tem afetado fortemente os combalido caixa da empresa há anos. Sem falar na gstanç em financiamentos de shows, peças, filmes, CD´s e DVD´s doa apaninguados.
Mesmo com a queda do preço do petróleo, sem a certeza de aumento de capacidade de refino até 2016 e a persistente defasagem do preço nacional e internacional, agravado pela desvalorização do real frente ao dólar, dá sinal que a importação de combustíveis ocorrerá com prejuízo e perda de receita com a venda.
Mesmo aparentando metas bem definidas e realistas para o horizonte 2016, nada garante que desta vez serão cumpridas. É claro que o mercdo inernacional se decepcionou com a sempre competente e profissional Petrobras nos últimos anos; o que gerou uma desconfiança pela sucessiva série de descumprimento das metas apresentadas nos seus Planos de Negócio.
Razão disso, o plano não foi digerido e a impressão que fica é que o novo plano é mais do mesmo.
Um pena para a empresa que tanto orgulho trouxe aos brasileiros como modelo de competência e seriedade.

Um comentário:

O Mascate disse...

Grande chefe.
Pena que FHC se acovardou e não privatizou a PTroubras. Com a falta de estatais para empilhar a cumpanherada, as Ratazanas Vermelhas sucatearam a empresa e usaram-na como motor para suas peripécioas eleitoreiras.
Já faz um tempinho que o preço da nossa "gazosa" precisa de reajustes, os espertos economistas do guvernu seguraram esse aumento para atingir metas de inflação, agora a corda está roendo e eles terão que reajustar sob pena de inviabilizar a empresa.
Ou seja, não dá mais para fazer caridade político eleitoreira com os preços dos combustíveis.
E cá entre nós, a gasolina vem aumentando nas bombas já faz tempo, o governo é que não admite esses pequenos aumentos para passar atestado de competencia.
Estamos lascados, pagamos, se não, a gasolina mais cara do planetaa e mesmo assim a empresa estatal está dando mostras de deficits consecutivos.

Abraços