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terça-feira, 19 de junho de 2012

Ameaçaram Um Juiz Federal. Não Há Mais Limite Prá Nada

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, imagem que abre este post e que comandava a Operação Monte Carlo, afirmou que foi alvo de ameaças de morte e, após ter descoberto que a tchurma de Cachoeira teria cometido homicídios que podem ter vínculos com a enorme teia de influência do mega-contraventor;, pediu para ser tirado do caso.
Essa notícia não é nova e já tem algum tempo que circulou. Retomo ela pois não tive a oportunidde de fazer algumas ponderções sobre ela.
O juiz pediu o afastamento no último dia 13 ao corregedor Geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo, afirmando que não tinha mais condições de permanecer no caso por estar em "situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás".
Trata ainda que seguia um fortíssimo esquema de segurança recomendado pelos agentes da Polícia Federal, com quem trabalhava mais a miúde, mas que se revelou inadequado pois membros de sua família foram recentemente abordados por policiais alertando da possibilidade de sofrerem represálias nos próximos meses.
Como se tudo isso fosse çouco, Dr. Paulo ainda afirmou que seu trabalho era sistematicamente contestado pelos colegas de tribunal, principalmente  quanto a legalidade das provas obtidas. Fica claro que achacado e ameaçado, Dr. Paulo ainda era desqualificado pelo TRF.
Imaginem uma autoridade deste quilate decentemente informar com todas as letras que "Minha família, em minha própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente a Operação Monte Carlo, em nítida ameaça velada, visto que mostraram que sabem quem são meus familiares e onde moram".
Conhecedor que investigados pela Operação Monte Carlos estão relacionados a assassinatos cometidos recentemente, Paulo tem certeza do enorme risco que correm ele e os seus, reforçando a periculosidade da quadrilha. E para evitar represálias, revela que deixará o país temporariamente, usando períodos de férias acumuladas a que tem direito.
Mas mesmo assim, Dr. Paulo estará com o cutelo na cabeça pro resto da vida, pois essa corja nunca esquece.
Pronunciou-se a respeito o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que disse que o caso apresenta-se como de uma "gravidade incomum e de uma gravidade qualificada". "Não se pode ameaçar do ponto de vista físico, moral ou psicológico nenhum julgador e sua família", afirmou.
Também falou a respeito a dra. Eliana Calmon, que vai ouvir o juiz Paulo e avaliará as providências tomadas pelo TRF da 1ª Região para proteger o magistrado ou se o tribunal simplesmente aceitou seu afastamento do cargo.
Remotando às operações na Itália na época do fortíssimo combate à máfia, deve-se ser usado este cso para a deflagração de um processo de imediata e intensa ação de repressão e punição dos envolvidos no caso. Não podemos ter juízes covardes, ameaçados, intimidados no exercício de suas funções. Não se pode aceitar que ameaças veladas impeçam a magistratura de exercer suas funções. Isso aconecendo, fica estabelecido um precedente, para o triunfo da bandidagem de gang e o fim da estrutura jurídica posto que não teremos magistrados independentes e livres para trabalhar.
Prá completar, o juiz federal titular da 11ª Vara em Goiás, Leão Aparecido Alves, que deveria assumir o processo, tem sobre sí incompreensiveis e inaceitáveis relações pessoais que o põem sob suspeita, pois ele mesmo admitiu ser amigo há 19 anos de José Olímpio de Queiroga Neto, indiciado como responsável pela escolha de pessoas que iriam ser integradas à quadrilha e de a elas fazer os pagamentos em nome de Cachoeira.
Isso é uma coisa gravíssima e coloca em xeque todo o poder judiciário.

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