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terça-feira, 15 de maio de 2012

Delta: Alfas ou Ômegas?


Mesmo acostumado a conviver com empresas de engenharia nos mais diversos campos técnicos, ainda me causa espanto quando vira e mexe aparece uma delas com destacada atuação no mercado. Em diversos locais é comum se ver surgir  (e desaparecer na mesma velocidade) empresas ligadas a políticos governantes que ganham dezenas de contratos e manipulam milhões de Reais.
Às vezes ocorrem aparições cruzadas. Por algum tempo, existiam familiares de um ex-governador do Acre cuja empreesa de engenharia era a maior detentora dos contratos do Amazonas. Em compensação, empresa ligada ao então governador baré deitava e rolava nos contratos acreano.
Mas a Delta é um exemplo fora da curva, mesmo para os fatos fartamente repetidos no Brasil Potência. Há menos de um mês atrás, era a soberana absoluta em obras na maioria dos estados brasileiros, nos mais diversos ramos de negócios, entre parto de macaca e atracação de navio; além, é claro, da joia da coroa, as obras do PAC, onde bilhões são despejados sem o menor controle e transparência sobre custos e andamentos de obras.
Pois agora a construtora caiu em desgraça no Palácio do Planalto. Const que a governANTA deu ordens explícitas para, não só acelerar o processo de declarar a empresa inidônea, mas também que se aplique um sistema de tolerância zero na análise dos contratos em vigor com a construtora. O objetivo seria usar toda e qualquer falha da empresa para rescindir os contratos em vigor, já que esses não são atingidos pela declaração de inidoneidade, que valeriam daí prá frente.
Preciosidades contratuais como a reforma do Maracanã e a Transcarioca, a ferrovia Leste-Oeste e a Transposição do Rio São Francisco, feitas em consórcios, o foco inicial pois sendo parcerias com outras construtoras, poedriam ser tocadas pelas sócias sem comprometer o andamento das mesmas.
Mas por que dona deelma está assim digamos, tratando a Delta a pão e água? Apenas porque o líder da família controladora da JBS, José Batista Júnior, dizer que a compra da construtora pelo grupo tinha apoio do governo.
Mesmo pegando o costumeiro santo, a presidente não tem como demosntrar que um negócio deste tamanho e com tanta velocidade não foi avalizada pelo principal cliente. A repercussão foi ruim.
Claro que pesa muito a associação entre a Delta, o Carlinhos Cachoeira e uma empresa com 30% de capital do BNDES. Na avaliação no Planalto, se algum setor do governo deu apoio ao negócio, não consultou deelma.
Outro que negou que tenha tratado das negociações da compra da Delta por parte da holding do grupo JBS com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles à frente foi o 9 dedos. Mas esse já é useiro e vezeiro em negar e dizer que não sabia de nada.
Como muito bem se pronunciou o senador Pedro Taques, "estou mais preocupado com a venda do que com a compra."
Gostei muito quando ele disse achar a Delta "uma empresa pastel, pasta e telefone, que durante oito anos assinou contratos de cerca de R$ 5 bilhões com o PAC. Na sua maioria, contratos com preços muito abaixo dos valores apresentados pelos concorrentes".
Na gíria da fraude, esse tipo de jogada é chamado de mergulhar no preço, para depois reivindicar aditivos contratuais.
Continua Taques: "De repente, não mais do que de repente, como que por obra do Espírito Santo, essa empresa com contratos milionários na carteira é vendida em 40 dias. A Delta foi criada, ou teve o estatuto modificado, apenas para assinar contratos com a União. Como pode uma empresa assim crescer tanto em tão pouco tempo? Por isso, o que me interessa não é a compra da Delta, mas a venda da empresa."
Dai ter este silvícola a grande dúvida que titula este post: a venda da Delta é o alfa ou o ômega da patifaria? Aguardemos e estejamos alertas.

2 comentários:

opcao_zili disse...

Oi cacique. É o ALFA de novas patifarias.

Rose disse...

O povo está em estado alfa, as instituições também, todos em estado hipnótico sob o comando dos petralhas.