Read In Your Own Language

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mercado Adolpho Lisboa: Um Monumento Mundial


Minha taba guarda obras dignas de admiração mundial. No apogeu do Ciclo da Borracha, muito dinheiro circulava, E ERA APLICADO na terra. Os barões da borracha, nativos ou não, faziam questão disso.

Além do majestoso Teatro Amazonas, ícone da cidade, o prédio da alfândega, a agência central dos Correios, casas e palecetes; foram heranças deixadas daqueles tempos áureos.

Até o cabaré Chinelo, espaço dos mais frequentados na época; sobrevive, ainda que meio em ruínas.
Um desses monumentos é o Mercado Municipal Adolpho Lisboa.

O coronel Adolpho Guilherme de Miranda Lisboa, nascido baiano e migrante para plagas amazônica aos 5 anos de idade, filho de pai também militar, foi o alcaide que teve o governo mais duradouro na prefeitura, e reputa-se a ele inúmeras obras de urbanismo, embelezamento e ampliação ordenada, ainda presentes na Cidade. Sua administração foi a amplificação do arrojo urbanístico empreendido principalmente por Eduardo Ribeiro, governador entre 1892 e 1896.

O Mercado Municipal de Manaus que leva seu nome teve sua construção iniciada em 1880, pela firma "Bakus & Brisbin", com pavilhões montados em estrutura de ferro fundido, pela firma "Francisc Norton, Engineers, Liverpool", como a maioria das empresas que aqui atuavam, função da exploração dos seringais e posterior roubo de sementes para a Malásia pelos queridos ingleses, acabando com a fonte de receita e trabalho na região.

A inauguração do edifício principal se deu em 1883. Trata-se de um galpão de aproximadamente 45 metros de comprimento e 42 de largura, sustentado por 28 colunas, sendo os parapeitos onde estas se apoiam, e as duas salas laterais, em alvenaria de pedra e tijolo. Seu calçamento é de laje de cantaria, de forma retangular, e sua rua central é calçada em paralelepípedos. As salas laterais possuem vinte "boxes", separados entre si, por grades de ferro, possuindo, cada um, balcões de madeira, com tampo em mármore. Em 1890 foram construídos dois outros pavilhões (galpões) laterais de igual tamanho, também com estrutura de ferro e cobertura de zinco.
Os "novos" pavilhões possuem 360 m² de área útil. Sua estrutura é formada por beirais abertos, encimados por arcos de ferro, os quais são sustentados por colunas, também em ferro. Nas duas fachadas principais, fechando os arcos, há gradis de ferro com ornatos decorados, acompanhados por vidros coloridos. Por volta de 1908, foi construído o pavilhão posterior para a comercialização, na época, de tartarugas, o qual possuía iluminação a querosene. Tal pavilhão teve a estrutura em ferro construída pela companhia "Walter Macfarlane, Glasgow". Seu formato difere dos outros, sendo este totalmente fechado, possuindo cobertura em quatro águas e feita com chapas onduladas. A construção possui venezianas em todo o seu contorno, tendo oito entradas de acesso (uma em cada fachada principal, e três em cada lateral).
A construção também possui frontões formados por gradis ornados em ferro, e vidros coloridos. Ladeando esse pavilhão existem dois menores, de forma octogonal, possuindo também venezianas laterais em seu contorno e janelas em vidro (acima das venzianas). As janelas são encimadas por gradis de ferro decorados por motivos florais.
A obra de restauro do mercado já dura mais de cinco anos. e foi objeto de intensa disputa entre a prefeitura e o IPHAN, por questões de "autenticidade de componentes" e seus restauros, estando em fase final de conclusão. As obras similares anteriores foram feitas sem os devidos cuidados e desfiguraram o patrimônio hstórico e cultural, sendo retornado agora às suas condições originais.
A preocupação atual é o modelo de gestão que será adotado para o Adolpho Lisboa, posto que é um dos pontos turísticos de Manaus. Por exemplo, como será a supervisão e responsabilidades de seus 185 permissionários atuais?

A obra de restauro conta com investimentos de R$ 14 milhões do Governo Federal e da Prefeitura de Manaus, cabendo o destaque que é um dos mais importantes exemplares da arquitetura de ferro e que não tem similar em todo mundo, sendo por isso tombado em 1º de julho de 1987 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Vindo a Manaus, não deixe de visitá-lo. Ah...Aproveite e como por lá um jaraqui frito com baião de dois, um dos melhores da cidade, pois usam peixes recém-recebidos no porto, com farinha do Uarini e refrescado por um dos guaranás regionais. Vez em quando faço isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia cacique!!!
É isso mesmo, devemos valorizar os patrimônios que Manaus ainda possui.
Têm pessoas que preferem conhecer outros lugares e nem valorizam o que há dentro da cidade onde moram.

Abs.
Tatiana :)