Read In Your Own Language

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cordelista Visitante 5: De Athenas Et Brasília



Pergunto-me todos os dias
O que é Democracia?
O que decantavam os gregos?
Ou esta brasileira anarquia?
Para eles uma busca séria
E aqui? Sei lá? Sei cá?
Tudo que é sério lá fora
Brasil só faz avacalhar

Para que nos situemos
Voltemos ao início da fala
Quando sentados na praça
Vestidos em trajes de gala
Discutiam causas novas
E causas velhas do povo
E no consenso: o melhor
Incansavam-se na busca do novo

Chamavam a isso, partidos
Correntes de opinião
Do povo e pelo povo movidos
Na busca da solução
Na nova convivência urbana
A melhor regra formal
E de um poder bem exercido
Gerando o bem estar geral

Buscavam ainda a justiça
Entre todos os cidadãos
Sem haver hierarquia
Por posses ou posições
Que a lei reinasse plena
Para todos os “iguais”
E a Justiça distribuída
Como a chuva que cai

Seu representante um líder
Entre “os iguais” escolhido
Sendo deles porta voz
No fórum estabelecido
Ele era a voz de todos
E assim lhe cabia falar
Era esse o seu mandato:
O “grupo” bem representar

Esse era o único privilégio
Cabido a um deputado
Alguém pelo povo investido
Na força de um delegado
Do grupo ser voz sonante
Mais que um privilégio: missão
Trabalho de abnegado
Para o bem estar da nação

Tempos de filosofia
De busca e construção
Em que o homem tentava
Diferenciar-se na criação
Mas por ser imperfeito
Em tudo que é sua cria
A poucos o bem era feito
Muita escravidão existia

Passados mais 2 mil anos
Que progresso alcançamos?
E nestes tempos difíceis
No que nos diferenciamos?
Ainda a justiça é prá poucos
Muitos ainda desiguais
A maioria ainda de escravos
Que Justiça terão jamais

Numa coisa inovamos
Partido aqui é “conchavo”
“Porão” de interesses mesquinhos
Por “causa” roubar o Estado
Povo que é bom, nem cheiro
Pleitos? Nem os de um mosquito
A eles sempre o bom do gelado
E ao povo sempre o duro palito

Que causas representam?
Que interesse popular?
Nascem como filhos aos ratos
E a raça só faz aumentar
Tocas hoje são gabinetes
Suas trilhas o Corredor
Sob os bigodes do Presidente
“Riba o Imortal Roedor”

Roem o nosso trabalho
Roem a nossa esperança
Roem os direitos de todos
Jovens, velhos e crianças
Quem pariu aos Partidos
São aqueles que voto não tem
Elegem-se contando migalhas
De alianças que lhes convém

São células cancerosas
Em Metástase Nacional
Dividem-se pelas mudanças
Mas só fazem ampliar o mal
Ontem apoiavam um Governo
Que hoje é Oposição
Morto e enterrado o defunto
Continuam na Situação

Barganham apoios e votos
Esses “mercadores do Templo”
Falta-lhes o “chicote do Justo”
Falta-lhes da punição o exemplo
Mantém reféns aos Governos
Sobrevivendo na espúria aliança
Eternos “ratos impunes”
Mercadores de esperança

A Escola de Vôo do Osama
Teria aqui justa missão
Em cada Torre do Congresso
Espetar um grande avião
Ou quem sabe então da FAB
Um bombardeio da esquadrilha
Ou, quiças a tropa do Exército
Coturnar na bunda, a quadrilha.

Sou democrata de fé
Não mudo minha convicção
Mas prá mudar tudo isso
Só mesmo apontando canhão
De que serve desse jeito
Viver-se sob Democracia ?
A gente de cabeça baixa
E eles livres na p*taria

Watch out, Deputado
Suportar mais, não permite
Watch out, Senador
Paciência de Jó no limite
Reaja, Povinho de Merda
Demais é a humilhação
Ou se bota essa turma de 4
Ou sempre, nós de 4 no chão.

Um comentário:

opcao_zili disse...

A partir do momento em que passaram a remunerar um trabalho voluntário - trabalhar pelo bem da nação- foi que a coisa desandou.
O dinheiro faz essas coisas todas com quem não tem caráter.
Aliás, caráter , na política brasileira, é artigo de luxo.