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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cordelando 26: Alugando o TCU

Quando macaco Simão,
Escreve o seu conceito.
País de piada pronta,
Esse Brasil não tem jeito.
Nêgo acha que ele diz,
Sem muita propriedade,
Mas se abrir bem o olho,
Vai ver que é de verdade.

Recentemente abriu,
Uma vaga de primeira.
Ministro do TCU,
Desses da mala bem cheia.
E que era reservada,
Pelo tipo do mandado,
Para ser deliberada,
Pelos nossos deputados.

E se tinha candidato?
Coisa igual nunca se viu.
De norte a sul; leste a oeste,
Gente de todo Brasil.
Porque a boca é da boa,
Não é só o pagamento.
Prá levantar da cadeira,
Só o sujeito morrendo.

Mordomia tem é muita,
Paga 25 mil.
O trabalho é bem pouquinho,
Moleza igual não se viu.
Equipe tem e da boa,
Em todo canto e lugar.
Conta de todo Brasil,
É a corte de julgar.

Dessa vez teve peleja,
De gente que tem poder.
Um que tava na mutuca,
A tempo querendo ser.
Pois já tinha disputado,
Com chance de vencedor.
Átila Lins bem que quis,
Mas encarou traidor.

Alguns que lá disputaram,
Esqueci até do nome.
Não tinham como jogar,
Seja mulher, seja homem.
Prá valer nessa disputa,
Só 3 nomes que contavam,
Aldo Rebelo no meio,
Átila vem logo atrás.
E disparado na frente,
Só dava a Ana Arraes.

Prá cima e prá baixo do nome,
Do dava governador.
Seja o seu velho pai,
Ou o filho que ela criou.
Sobre o qual se conta estória,
Lá em Recife eu ouvi.
Que ele podia ser filho,
Do tal Chico Jabuti.

O fato é que ele jogou,
Na campanha seu poder.
Não queria nem pensar,
De a mãe dele perder.
Fez na corte acampamento,
Falou com todo partido.
Esquecendo qualquer briga,
Não deixou ninguém ferido.

Nem bem acabou a disputa,
Um buxixo apareceu.
Dizendo que alugaram,
Carro que se escafedeu.
Da amiga da madame,
Pago com dinheiro teu.

Tinha negócio de cargo,
No gabinete de Ana.
Da dona da locadora,
Também do pai da fulana.
E na sala da empresa,
Pouca coisa que se viu.
Caixa velha, colchão sujo,
Até disco de vinil.

Valha-me Nossa Senhora,
Como pode coisa assim.
Que julga conta dos outros,
É mais pior do que ruim.
Dona Ana Arraes lá na corte,
Só pode ser brincadeira,
Pois quem faz a coisa errada,
Não senta nessa cadeira.

Aprovada com louvor,
Seja câmara ou senado.
Dona Ana inté falou,
Sem modéstia do seu lado.
Vou lá prá poder fazer,
Julgamento politiqueiro,
Que esse negócio de tecnico,
É coisa de devaneio.
Pois quem pára uma obra,
Gasta muito mais dinheiro.


Uma coisa então se diga,

Bem alto nessa nação.

Mais uma vergonha que surge,

Enganando o povão.

Uma casa que seria

Prá cuidar de nosso imposto.

Vira antro de bandido,

Aumentando o desgosto.

2 comentários:

Sonia disse...

Essa politicagem mesquinha e vergonhosa merecia mesmo um cordel... ô historinha sórdida!!
E você, como sempre, impecável na crítica, usando o humor na medida exata!
Perfeito! :)
Bjos

opcao_zili disse...

O molusco queria acabar com o TCU e, como não tece jeito de deletá-lo, resolveu avacalhá-lo.
Conseguiu, com louvor - taí uma que só votará a favor das maracutaias.