No fim da manhã da sexta feira , ouvi na CBN que tinha havido uma sessão na Câmara Federal em que um único deputado discutiu, votou e aprovou 118 projetos em menos de 3 minutos. Como estava envolvido com as preocupações do caótico trânsito da Manô dos Mil Contrastes, achei que estava ficando louco. Os números não podiam ser aqueles e eu tinha entendido errado. Afinal era sexta feira e seria impossível ter reunião do que quer que fosse por um motivo óbvio: não existe um exemplar dessa raça na corte neste dia da semana.
Sábado corrido, cheio de afazeres, só vim ter uma calminha prá ler sobre o tema no twitter pelo meio da tarde. Era verdade a poha mesmo. A imagem aí de cima é reprodução da Folha de São Paulo de uma foto da sala de reuniões da Comissão de Constituição e Justiça e registra para a eternidade o deputado Luiz Couto representando um mínimo de 31 parlamentares necessários para se ter validade uma sessão. Portanto a ata que consta no portal oficial da Câmara na internet é mentirosa pois registra que a CCJ "reuniu-se às 11h53 de quinta-feira com a presença de 34 deputados".
Fora o altamente representativo Coutão, havia outra alma presente, o deputado César Colnago (PSDB-ES) que presidia a sessão e portanto não poderia interagir. Os outros 32 tinham apenas rubricado a lista.
Pense na cena: as duas criaturas tomam os seus lugares, o glorioso Colnago, na presidência abre a sessão, constata o quorum; o representativo Couto, no plenário, manda o pau e começa a aprovar uma porrada de projetos. Foram aprovados 118 projetos em três minutos. Era verdade o que ouvi. Não estava louco não.
Tá mas que Josta foi aprovado? A ata se limita a registrar um resumo do que foi "deliberado". As proposições foram reunidas em quatro blocos.
Em um, passaram 38 novas concessões para a exploração de emissoras de rádio. Em outro foram renovadas 65 concessões. No terceiro foram aprovados nove projetos de lei. No último referendaram-se acordos internacionais. Portanto o diálogo registrado lá na imagem de abertura desse post foi repetido 4 vezes.
Fora o altamente representativo Coutão, havia outra alma presente, o deputado César Colnago (PSDB-ES) que presidia a sessão e portanto não poderia interagir. Os outros 32 tinham apenas rubricado a lista.
Pense na cena: as duas criaturas tomam os seus lugares, o glorioso Colnago, na presidência abre a sessão, constata o quorum; o representativo Couto, no plenário, manda o pau e começa a aprovar uma porrada de projetos. Foram aprovados 118 projetos em três minutos. Era verdade o que ouvi. Não estava louco não.
Tá mas que Josta foi aprovado? A ata se limita a registrar um resumo do que foi "deliberado". As proposições foram reunidas em quatro blocos.
Em um, passaram 38 novas concessões para a exploração de emissoras de rádio. Em outro foram renovadas 65 concessões. No terceiro foram aprovados nove projetos de lei. No último referendaram-se acordos internacionais. Portanto o diálogo registrado lá na imagem de abertura desse post foi repetido 4 vezes.
Acabou a canalhice? NÃO...
Assim que encerrou a sessão, Colnago, que é foi coroinha quando pequeno, se vira para o modelo de representação interplanetária o padre Couto e cinicamente diz: "Um coroinha com um padre, podia dar o quê?".
Para justificar a encenação, o caboco Colnago disse que as matérias eram de consenso, já haviam sido discutidas à exaustão e que o regimento da Casa prevê votação simbólica nestes casos.
Assim que encerrou a sessão, Colnago, que é foi coroinha quando pequeno, se vira para o modelo de representação interplanetária o padre Couto e cinicamente diz: "Um coroinha com um padre, podia dar o quê?".
Para justificar a encenação, o caboco Colnago disse que as matérias eram de consenso, já haviam sido discutidas à exaustão e que o regimento da Casa prevê votação simbólica nestes casos.
Pode até ser legal e regimental; mas é de um cinismo e de uma sem-vergonhice sem tamanho. Mais uma vergonha para as pessoas de bem deste querido Brasil
Um comentário:
Em questão de representatividade não temos nem esse unzinho.
Postar um comentário