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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Cordelando 135: Reproclamando a República


Deodoro meu querido,
Me desculpe, por favor.
Tenho que reproclamar,
O que você proclamou.
Não dá mais pra conviver,
Com a merda que surgiu.
Com a nação que se criou,
E que virou o Brasil.

Amuntado em seu cavalo,
Retirou imperador.
Um homem muito decente,
Que coisa boa criou.
Deu poder ao parlamento,
Ministério se formou.
Pois phodel o organismo,
Que em um monstro se virou.

Um monte de inçelença,
Carregada de direito.
Ao invés de servir certo,
Só querem tirar proveito.
Cada qual só com vantagem,
Sem cuidar do pagador.
Quem recolhe os impostos,
Esse povo sofredor.

Essa semana passada,
Num rompante bem safado.
Deixaram trazer de volta,
O dinheiro exportado.
Seja lá como foi ganho,
Com trabalho ou roubalheira.
Pagando pequena taxa,
Limparam toda lixeira.

Basta fazer um papel,
Dizendo de coração.
"Esse dinheiro é limpinho,
Já que eu não sou ladrão".
Paga quinzinho de IR,
 Mais quinzinho pra ser multado.
E o dinheiro vai pra conta,
Perfeitamente lavado.

Enquanto isso o babaca,
Trabalhando igual a um cão.
Paga 27,5
Por muito menos quinhão.
Basta ganhar quatro contos,
Mais 664.
E la se vai um bom naco,
De seu dinheiro suado.

No mesmo dia do feito,
A dentuça sancionou.
Uma lei bem do jeitinho,
Que safado acobertou.
O direito de resposta,
Cheio de malemolência.
Bem pior que a ditadura,
E sua lei de imprensa.

Se um bacana se sentir,
Ofendido por alguém.
Tem direito de resposta,
Pra contar de seu desdém.
Sete dias pra julgar,
E mais 10 para responder.
Mesmo que quem publicou,
Possa provar pra valer.

Se der briga, o julgamento,
A coisa fica engraçada.
Quem reclama vai ligeiro,
Pela lei já aprovada.
Que tem prova vai normal,
A passo de tartaruga.
Nas trilhas dos tribunais,
Onde não consegue fuga.

Uma coisa lamentável,
De fazer chorar demais.
O rompimento da barragem,
Por lá nas Minas Gerais.
Um grave acontecimento,
Como sempre sem culpado.
Pois só surge na imprensa,
Com o caos já consumado.

Dinheiro correndo frouxo,
Negócio internacional.
Enganando com emprego,
O povinho animal.
Tudo cheinho de risco,
E sem fiscal pra cuidar.
Era certo que um dia,
A coisa ia espocar.

Rompeu-se duas barragens,
Um mar de lama escorreu.
Acabou com a vida toda,
Onde a enxurrada varreu.
Cheia de produto químico,
Sem vida poder gerar.
Não deixando condição,
Do sustento se tirar.

E nas estradas de novo,
Motorista campeão.
Organizando sozinhos,
Grande mobilização.
Sem sindicato pelego,
Sustentado e submisso.
Reclamam contra o governo,
Esse é seu compromisso.

A dentuça e Cardoso,
Ligeiro fazem ameaça.
Ou param com essa greve,
Ou vão sofrer a desgraça.
Vamos aumentar a multa,
Mudando legislação.
Pra acabar com a valentia,
E prender o caminhão.

Muita gente aplaudiu,
Pra cheirar calçola dela.
Esquecendo bem ligeiro,
Sua bunda na janela.
A milícia do governo,
Por Stedille mandada.
Pode fazer o capeta,
Sem nem ser incomodada.

Pra fechar a sexta feira,
E levantar a energia.
A cadeia da PF,
Já se encontra vazia.
Dr Sérgio à vontade,
Pra mandar prender mais gente.
Pra esquecer tanta desgraça,
E o povo ficar contente.

Um comentário:

CHUMBOGROSSO disse...

Cacique, há de chegar o dia em que a "borduna" valerá mais que o "lombo". Desça o porrete e deixe-o "bem fininho" pelo seu "bom uso" ...
Pau neles, Cacique ...