Desde o ano passado, a Petrobras vem pesando a mão dos cortes na área de exploração, necessária para a reposição das reservas no futuro e fazer dobrar a produção de óleo até 2020, como quer e precisa a empresa.
Em 2014, foram desembolsados R$ 10,4 bilhões nas atividades de pesquisa sísmica e perfuração de poços, um valor 40% menor em relação aos R$ 17,3 bilhões aplicados no ano anterior. Em meio a uma terrível crise financeira, vai cortar um total de 40% no total de investimento.
O corte de recursos coincidiu com a queda na chamada taxa de sucesso exploratório, que indica o total de reservas descobertas com óleo entre todos poços perfurados. Em 2014, essa taxa foi de 70%, ante 75% no ano anterior. No pré-sal, a taxa de sucesso caiu de 100% para 87%.
A Petrobras previu, em 2014, elevar sua produção de petróleo no país de 2,1 milhão de barris por dia para 4,2 milhões de barris, até 2020.
Uma empresa de petróleo extrai petróleo de suas reservas. Se não há exploração, não há descoberta de novas reservas para repor o óleo produzido. No longo prazo, o risco é produzir menos do que se descobre, com as reservas caindo e, no extremo, termos de aumentar a importação de petróleo.
A empresa está optando por desenvolver e botar para produzir as reservas já descobertas. Ela não precisa mais achar óleo e incorporar tantas reservas. Ela já tem 16 bilhões de barris em reserva provadas e outros 30 bilhões a provar. Necessário é tirar o óleo do pré-sal para fazer caixa rapidamente.
A estatal afirma que não houve impacto no ritmo de descobertas e que seu índice de sucesso exploratório "esteve acima de 60% nos últimos anos". A empresa promete detalhar os investimentos em junho, quando deve divulgar o plano de negócios e gestão da companhia.
Considerando a teimosia da dentuça em manter a obrigatoriedade da Petrobras em comprar metade dos componentes de suas instalações no Brasil, seja a que custo for; além de impor a participação da Petrobras em 30% em tudo o que for exploração; como prescreve o marco regulatório de partilha e não de concessão; a chance de retomarmos o ritmo de 1500 é enorme...
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