Embutida no miolo,
Duma lei que se votou.
Né que çua inçelença,
Trapizonga aprovou.
Vê se pode minha gente,
Imagina que anormal.
Se fazer um shopping center,
No congresso nacional.
Diz que é uma boa idéia,
Pois divide a construção.
Com um novo puxadinho,
Cheio de gabinetão.
Pra cabê os deputado,
Com conforto e modernagem.
Com janela pro nascente,
E banho de hidromassagem.
Vai ter loja variada,
Seja de grife ou povão.
Pra atender a todo mundo,
Que for lá ver a sessão.
La vai ter Gucci e Lacoste,
Acarajé da Baiana.
Hugo Boss, Casa Bahia,
Avon e Dolce & Gabanna.
Mas não pense que é fácil,
Se conseguir ponto não.
Pois vai ter que fazer fila,
Lá na administração.
Concorrendo com as madame,
Esposas das inçelenças.
Ou quem sabe com as quengas,
Já que tudo é indecença.
Mas até que tem certo senso,
O grande empreendimento.
A casa já faz negócio,
Com grande discernimento.
Vendem, alugam e trocam,
Com quem pagar muito mais.
Os votos de que dispõem,
Seja mulher ou rapaz.
Já que a coisa é meio pública,
Deviam fazer concurso.
Pra escolher ao menos nome,
Ao longo desse percurso.
Usando da picardia,
De todo bom carioca.
Aqui da Tribo dizemos,
Shopping A Casa de Noca.
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