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domingo, 5 de agosto de 2012

Refinando Oxigênio


Lembram daquelas inaugurações de buracos (as famosas pedras fundamentais) que o 9 dedos fez ostensivamente durante a campanha da dentuça e nos últimos meses de seu (des)governo? Pois é... Taqui a história de mais uma.
Uma ano e meio depois do evento a refinaria Premium II, a ser instalada no ceará e apontada como prioritária pela Petrobrás, não passa de um enorme terreno abandonado, cheio de mato e enrolado até o talo com problemas de posse e licenciamento.
O lote de 2 mil hectares não foi nem cercado. O sinal de obra mais evidente é a placa aí de cima. O terreno continua coberto pela cerrada vegetação nativa, e as trilhas e estradas esburacadas disponíveis só atendem os jipeiros da terra de Iracema.
Da pomposa solenidade em que estava, além dos dois metirosos, o mano Cid Gomes só restaram as placas de orientação aos convidados jogadas no matagal. Consta que numa delas, de fundo branco e letras negras, era legível apenas os semi-textos "Creden" e "Convid", talvez o que restou de credenciamento de convidados. O restante da placa desapareceu.
No vazio deixado pela área destinada ao cerimonial sobraram os tocos de madeira usados para prender as barracas montadas para servir os acepipes às autoridades; e a camada de brita colocada para evitar que o solo poeirento e barrento do local virasse um lamaçal. Claro que a indefectível placa comemorativa do evento descerrada por loola desapareceu.
A obra é cara, mesmo para os padrões do ramo petróleo. Está orçada em quase US$ 12 bilhões e a Petrobrás já cortou US$ 3 bilhões do seu Plano de Negócios 2011-2016, para os investimentos em refino.

Mas o principal entrave ao início da obra é fundiário: Índios da tribo anacé reivindicam a área; então a Petrobras não pode fazer poha nenhuma sem autorização da FUNAI.
Com isso, o atraso no começo da construção já chega a três anos. Só lembrando, em agosto de 2008, os governos federal e cearense definiram que em 2009 o terreno começaria a ser desmatado e terraplenado.
A parceria definiu que Cid Hylux Gomes compraria a área por R$ 126 milhões, trechos rurais dos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, encaixando no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que fica a cerca de 10 quilômetro e foi construído há dez anos para o apoio à produção da refinaria e da siderúrgica planejadas para o local desde a década de 90.
Bom entendido que não tem chongas nenhuma de índio na área e nenhuma família anacé more na área, mas argumentam com a Petrobrás e o governo cearense que a região guarda resquícios de tradições indígenas, tendo, portanto, relevância histórica. Vê se pode.
Desse jeito, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente não pode liberar a licença de instalação para a Premium 2, o que impossibilita a Petrobrás de avançar na obra. Os anacés reivindicam uma terra próxima para instalar uma reserva.
Juntando-se ao fisaco da Refinaria de Pernambuco, aquela da parceria fantasma com o Chaveco, é mais um entulho na conta da Petrobras, que continua importando combustíveis, pois suas refinaria não dão conta de atender o mercado.

Um comentário:

O Mascate disse...

GRANDE CHEFE, ESSA É A CARA DO BRASIL POPULISTA COM UM GOVERNO SAFADO.
o POVÃO VOTOU EM MASSA NA DENTUÇA E HOJE A PTROUBRÁS TA NA QUEBRADEIRA.
ASSIM COMO A MAIORIA DAS OBRAS INAUGURADAS E REINAUGURADAS NO PERÍODO PRÉ ELEITORAL A REFINARIA EM QUESTÃO, FOI LANÇADA SUA PEDRA FUNDAMENTAL, E DEPOIS RELANÇADA AO LIMBO DO ESQUECIMENTO. POIS SUA TAREFA DE ANGARIAR VOTOS DOS OTÁRIOS DE SEMPRE ESTAVA COMPLETA.
ESSA TURMA TEM QUE IR PARA O PAREDÃO.

DESCULPE A CAIXA ALTA MAS A TECLA CAPS TRAVOU.
ABÇS