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terça-feira, 17 de julho de 2012

Errando no Incentivo: Tablets Caros do Mesmo Jeito


Aí por julho do ano passado, o então sinistro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Merdandante, berrava ato e bom som que os primeiros tablets a serem fabricados no Brasil, teriam 20% de componentes nacionais e, graças aos incentivos fiscais concedidos pelo governo, os dispositivos custariam 40% menos do que os aparelhos importados à venda no Brasil.
Só prá constar, os incentivos foram a redução a zero das alíquotas do Programa de Integração Social e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins).
Dizia o irrecorrível que “No Natal, veremos modelos baratos para o consumidor. Acho que nós vamos ter um belo momento na indústria da computação no país”. Prometia que nove empresas iniciariam a produção dos tablets no Brasil, entre as quais Positivo, Motorola, Apple (por meio da Foxconn), Semp Toshiba e Samsung.
De cara, com o milagre da derrubada do preço, Merca prometeu comprar de imensas quantidades de tablets para as escolas públicas, acabando com o livro didático, pois os alunos leriam toda a bibliografia por meio do tablet, que seria transformado num caderno eletrônico.
Um ano depois, a Apple disponibiliza em suas lojas e nas grandes redes, o iPad2 e o iPad3 de fabricação nacional, através da empresa taiwanesa Foxconn, que fabrica os produtos Apple em sua planta de Jundiaí desde abril. Mas tem um pobrema no barraco: a produção é voltada para exportação aos países do Mercosul. Só no final do mês é que alguns lotes começaram a ser fabricados para a venda no varejo nacional.
Outro pequeno detalhe é que os consumidores ainda não usufruem de preços menores, como Merca havia prometido. No site da Apple, o iPad brasileiro de 32 Gigabytes, com conexão WiFi e 4G, pode ser adquirido por 2.049 reais, mesmo preço que o importado até maio. A mesma coisa acontece nos sites da Walmart e Americanas. Lojas autorizadas pela Apple, como Fnac e Fastshop, ainda não possuem o iPad brasileiro.
Na maior das caras de pau, o MCTI explicita que a intenção do Planalto era apenas desenvolver a indústria especializada, a abertura de espaço para o setor de softwares e o apoio à pesquisa no país. Preços mais baixos, se vierem, serão decorrentes da competição no segmento. E mais, disseram que um preço mais baixo não seria contrapartida para o incentivo fiscal, e que a empresa não é obrigada a repassar aos consumidores tais descontos nos impostos.
Em outra nota, o MCTI afirma que a política de incentivo é uma aposta do governo na possibilidade de o Brasil tornar-se um centro de desenvolvimento de softwares destinados a smartphones e tablets e geração de empregos qualificados em quantidades expressivas, que assim deve permanecer no horizonte visível.
Em resumo, o ministério do governo petralha surpreende ao creditar à “mão invisível” do mercado a possibilidade de os iPads ficarem mais baratos no país.
Só resta ao trouxa brasileiro sentar no meio fio e chorar, pois com essa corja não se pode contar mesmo.

Um comentário:

O Mascate disse...

Grande chefe.
Exiistem empresas nacionais fabricando Tablets a preços de celulares, mas com uma qualidade de dar dó.
Uma tal de DL de Minas Gerais produz um produto de ótima aparência e péssima qualidade. Lento, ruim e quando esquenta a tela 'touch screen' simplesmente para de funcionar.
O produto é péssimo e é vendido por pouco mais de R$ 500,00 no mercado dos desavisados consumidores.
Tablet barato só daqui há uns dois ou tres anos quando a tecnologia já estiver avançado para outro produto. Lembra dos Lap Tops, ou Note Books?
Chegaram a custar até 5 paus, hoje se encontra coisa boa no mercado por menos de R$ 1.000,00. E isso foi o mercado que fez, o governo só atrapalhou esse negócio...e ainda atrapalha.