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sexta-feira, 23 de março de 2012

Cordelando 55: Agradável Coincidência


Por incrível que pareça,
A data vem a calhar.
A sequência do cordel,
E a idade a completar.
Inspirando bem profundo,
O cacique aqui servil.
Sempre disposto a contar,
As coisas desse Brasil.

Escolhi essa semana,
Uma coisa pitoresca.
Reunião da governANTA,
Sempre coisa nababesca.
Juntando numa conversa,
Gente que sempre decide.
Empresários brasileiros,
Que elevam nosso PIB.

Tava lá Jorge Gerdau,
Eike e Abílio Diniz.
Cheira-calçolas daqueles,
Isso todo mundo diz.
Acostumados a crescer,
Negócio toda semana,
Só esquecem de contar,
De onde recebem a grana.

Um banquinho cumpanhêru,
Desses que nunca se esquece.
Com as burras bem cheinhas,
Um tal de BNDES.
Na hora que financiam,
Uma nova instalação.
Passam na porta do banco,
E lá vão metendo a mão.

Grana que tem muito zero,
Que não tem prá eu e você.
Mas prá essa cambada toda,
Nunca deixa de nascer.
Mesmo praqueles que mexem,
Com dinheiro em seu negócio.
Que o caso dos banqueiros,
Nunca vão ficar no ócio.

Dessa turma que falei,
Tava lá o seu Brandão.
Presidente do Bradesco,
O maior dessa nação.
BTG/Pactual,
Esteves é o chamado.
E também Antônio Ermírio,
Que já teve no passado.

Mas conseguiu um bom feito,
Num passado até recente.
Quando passou um pedaço,
Pr’um banco que já é da gente.
Vendeu metade que tinha,
Para o Banco do Brasil,
Mas continuou mandando,
Coisa igual nunca se viu.

Construtora tinha um monte,
Sentados lá no lugar.
Acostumados que são,
Campanha financiar.
Prá depois do povo eleito,
Saciar a sua ganância.
Pegando monte de obra,
Aqui e na vizinhança.

Da parte dos empresários,
Foi a mesma conjuntura..
Baixa imposto cai os juros,
Melhora infra-estrutura.
Prá evitar que a coisa,
Seja apenas uma bolha.
Dessa vez eles pediram,
Que desonerasse a folha.

Do lado da governANTA,
Pediu mesmo sem vergonha.
Aumentem os investimentos,
Um cinismo sem-vergonha.
Ela mesma até cortou,
Mais de 50 bilhão.
Que prometeu investir,
Do orçamento da nação.

Tudo isso prá manter,
A promessa da campanha.
Crescer tanto quanto a China,
Cá na terra da banana.
Sem contar que a mentira,
Que ela mesma criou,
Manteiga nem desmentiu,
Endossou ou concordou.

Dos quase 5 por cento,
Dito aqui alto e bom som.
Se chega perto de 2,
Pode saber que tá bom.
Mas a careta de pau,
Insiste em afirmar.
Que lá na meta de 4,
Ainda dá prá chegar.

Ainda sobre as medidas,
Que prometeu de tomar.
Disse que a nossa indústria,
Dentuça vai ajudar.
Pediu a seu margarina,
Prepare já um programa.
Que eu quero anunciar,
No começo da semana.

Reclamou, berrou, tossiu,
Tufa veia do pescoço.
Como sempre reclamou,
Do angu que tem caroço.
Chamou roubo de país,
Que burla competição.
Que vai baixar umas taxas,
E melhora situação.

No meio do bolôlô,
Que saiu da reunião.
Claro que teve mancada,
Que eu não perdôo não.
Disse que o plano dela,
Ao invés de proteger.
Ia fazer uma coisas,
Prá industria defender.

Foi aí que o indiozinho,
Dessa vez quase pirou.
Nessa troca de palavra,
Pouca coisa se mudou.
Não sei se este silvícola,
Querendo sempre aprender.
Trocou seis por meia dúzia,
E não conseguiu entender.

Mas voltando ao tal assunto,
Que dá titulo ao cordel.
55 é a marca,
Que atinge o menestrel.
Na mesma data que faz,
O cacique aniversário.
Completando o mesmo tanto,
Isso é bom bagaraio.

2 comentários:

Rose disse...

Mil votos de felicidades e realizações, amigo cacique!

Regina Brasilia disse...

Cê já compilou todos os seus cordéis, fora do blog? Tá na hora de um livrinho daquele, estiloso... desenhado, papel rústico, bem cordel!