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terça-feira, 15 de março de 2011

Festa Popular?

Assim como o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, o Festival Folclórico de Parintins, que existe há 46 anos, é um evento de fortíssimo apelo popular. As agremiações Caprichoso e Garantido apresentam suas evoluções em três dias, como uma ópera a céu aberto em três atos, contando as estórias e histórias da Amazônia.
São julgados quesitos obrigatórios como as danças do Pajé, da Cunhã Poranga (a moça mais bonita da tribo), da Sinhazinha da Fazenda; a evolução das tribos (alas) que compõem o conjunto, a cadência e ritmo das batucadas, a beleza e pertinência das alegorias, a celebração do ritual indígena, entre outros.
Um dos quesitos mais importantes é a manifestação da galera (torcida) de cada um dos bumbás.
Um fato pitoresco é que, enquanto um boi se apresenta, sua torcida deve participar de forma o mais ativa possível inclusive seguindo a coreografia desenvolvida pelos guias postos na arena com essa finalidade; enquanto a torcida contrária(os fãs de um boi não pronunciam o nome do outro) devem permanecer em absoluto sigilo durante as 3 horas de apresentação do outro.
O bumbódromo inaugurado em 1988, tem espaço para 35 mil pessoas, sendo portanto um imenso espaço público, dos maiores do Brasil. São reservados 5% dos ingressos para distribuição gratuita à agremiações com a finalidade de garantir a presença da população local, os verdadeiros fundadores e amantes da festa.
Para os demais ingressos, os preços são salgados. Os bilhetes começaram a ser vendidos nesta segunda-feira em lojas da Tucunaré Turismo em Manaus e em Parintins, com valores 10% mais caros que em 2010. O Festival está marcado para os dias 24, 25 e 26 de junho.
Os preços para as três noites são de:
Cadeira numerada - R$ 400
Arquibancada especial - R$ 540
Camarotes variam entre R$ 8,4 mil a R$ 50 mil
Sem que contar que os pacotes de translado e hospedagem são proibitivos.
Recomendo que adquiram maiores informações sobre o festival no site oficial.
Notem que fiz o link bicolor para não ferir suscetibilidades. A coisa é tão séria que em Parintins deve ser o único lugar do mundo onde se vende latas azuis.

4 comentários:

Regina Brasilia disse...

Confesso: eu gostaria de assistir. A batida do ritmo é interessante. A cadência é meio hipnótica, não?

Ajuricaba disse...

É muito gostoso de ouvir. Já não têm mais as poesias do passado mas as letras ainda são envolventes.

Caio disse...

Acho interessante o evento! Não imaginava que existia tanta rivalidade.

Ajuricaba disse...

Tem uma senhora que fez uma piscina em casa. Quando encheu e viu que ficava azul, mandou aterrar porque ela era do boi vermelho. Eu vi essa casa, não é estória não. Já foi mais sério: casamentos eram desfeitos por se descobrir que um dos dois torcia pelo contrário.