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terça-feira, 10 de abril de 2012

Cacique Traíra? Tupã Castiga


Com informações do Estado de São Paulo
Em mais uma daquelas jogadas midiáticas, os índios brasileiros usam e abusam de sua condição de inimputáveis para fazer suas lambanças. casos e mais casos acontecem pelo país a fora, com a conivência da FUNAI e o apoio idiota de causistas de oportunismo.
Vejam meu colega cacique dos Cinta-Larga Marcelo posando com o rosto pintado e recebendo as chaves de duas caminhonetes, mais ou menos como Cabral (o Pedro e não o Sérgio) fez com nossos antepassados trocando espelhinhos e badulaque por pau-brasil e ouro; numa permuta mais que suspeita por um termo de compromisso com a Viridor Carbon Services num projeto de desmatamento evitado.
A Viridor é uma empresa especializada em comércio internacional de créditos de carbono, aquela enrolação de poluir o quanto quiser em um lugar e fazer falsas caridades ecológica em outro, de preferência bem longe de suas cidades. As pick up´s foram uma espécie de “adiantamento” pelo negócio, cujo valor ainda não foi definido.
Prá quem não se lembra, os Cinta-Larga se fixam em quatro reservas indígenas em Rondônia e Mato Grosso, com destaque para a reserva Roosevelt, sabidamente conhecida como uma das maiores jazidas de diamante do mundo, onde já ocorreram massacres de garimpeiros clandestinos; com área superior a 27 mil quilômetros quadrados, ou 18 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Embora não se revele o valor, sabe-se que trata-se do “maior” projeto de desenvolvimento evitado - Redd, no jargão nos debates das Nações Unidas sobre combate às emissões de carbono - em comunidades indígenas, e a Viridor contou com diversos "parceiros" para financiar o projeto com os Cintas-Largas, recebendo por isso uma pequena "comissão" de 19,5% da remuneração total dos créditos de carbono em qualquer tipo de negociação futura.
Com esse tipo de contrato, os índio ficam impedidos de desenvolver suas atividades tradicionais, como a plantação de roças e cortes de árvores sem prévia autorização da empresa, de forma semelhante ao que aconteceu recentemente com os os índios mundurucus, do médio Amazonas que, por US$ 120, venderam direitos de acesso ao território indígena e sobre benefícios da biodiversidade. Embora a FUNAI questione a legalidade do contrato, resista em endossar o negócio e tenha notificado a empresa responsável e a Associação Cinta Larga esclarecendo a "ilegalidade do contrato", nada fez de concreto para impedir essa invasão de território.
O contrato de 25 anos de validade assinado é preliminar e a empresa deverá fazer um diagnóstico da área das reservas para levar adiante o negócio de crédito de carbono, incluindo aí as minas de diamente e a presença maciça de biodiversidade para fins medicinais e cosméticos, outra incalculável fortuna.
Pela lei, os índios não são donos das terras, cuja propriedade cabe à União, mas têm amplos direitos sobre a posse e o usufruto de suas riquezas. Os administradores públicos, leia-se FUNAI, devem zelar pelo patrimônio da união e da soberania nacional, impedindo a todo custo nos tribunais internacionais esse vilipêndio.

2 comentários:

Marilia disse...

Sugiro o autor do artigo a se informar um pouco mais sobre o comércio de créditos de carbono. Não estou entrando no mérito desse contrato em si, do qual não conheço as cláusulas. Mas o comércio internacional de créditos de carbono pode ser bom para ambos os lados - comprador e vendedor - desde que bem fiscalizado. Quanto às "atividades tradicionais" indígenas, elas incluem queimadas e cortes indiscriminados de árvores. Quem já morou no norte do País sabe que a derrubada ilegal de árvores acontece não só com a aquiescência dos índios, mas com a participação direta deles em muitos casos. Portanto, o comércio de créditos de carbono poderia até, neste caso, evitar a destruição das matas nativas. Chega de romantismo quando se falar em índio no Brasil. Com raras excessões, eles são como todos nós, "civilizados": querem ter acesso aos mesmos bens que nós temos. E eles têm esse direito! O problema é que eles deveriam ter obrigações também. Realmente, a União deve investigar a legalidade ou não desse contrato, ver se ele é realmente lesivo à nação e não deixar esse comércio (que é uma coisa intrínsecamente boa) nas mãos de gente inimputável, afentando negativamente a soberania nacional.

Ajuricaba disse...

Conheço MUITO BEM o processo comercial de créditos de carbono (CCC) e portanto me habilito a pensar fortemente que há muita maracutaia no meio. Esse caso me parece um deles.
Ninguém que se diz participar seriamente de um processo de CCC o faz de forma obscura e cheia de mistérios.
Discordo quanto ao instinto devastador do índio. Índio mesmo não faz desmatamento indiscriminado. Corta e queima para suas lavouras e em pequenas proporções. Até porque são preguiçosos por natureza.
Não alimento nenhum romantismo com as tribos indígenas, até porque concordo que quase a totalidade é perfeitamente aculturado e não precisa de tutela. São muito manipuladores e aproveitadores. mas em seu nome muitos fazem terríveis bandalheiras.
Eu SOU do norte, MORO no norte e CONHEÇO muito bem o norte para falar com propriedade.