O sinal de alerta estava soando no Brasil inteiro faz tempo.
Frequentemente se via nos noticiários, escritos ou em vídeos, cenas de ambientes hospitalares repletos de macas nos corredores, pacientes pelo chão, ataques de histerismo de familiares desesperados, choros e ranger de dentes.
E na sequência se via ou lia, secretários e ministros de saúde, governadores e outras otoridades a desancar desculpas que pareciam destinadas a salvar almas pra entrar no céu, tão convincentes que pareciam ser.
Mas o caos era iminente. Explodiria a qualquer momento.
Começou pelo Rio de Janeiro, acelerado por orçamentos calcados nas receitas submarinas e inexistentes do préçau, alardeado no passado pelo 9 dedos, candidato a futuro emir da Arábia Saudita dos Trópicos.
No dia seguinte, governadores de todo Brasil, ou seus designados, anunciavam suas próprias catástrofes e as caras de "safado desolado" do Pezão começaram a se repetir nos rostos dos demais governadores.
A teoria da conspiração remete a um caos calculado e bem tramado para forçar a aprovação da nova CPMF, amaldiçoada tributação que já tentou se relançar sob a égide de suporte à previdência e, descaradamente, reforço de caixa temporário para cobrir "dívidas imprevisíveis" dos governos.
Este cacique pessoalmente concorda que seja muito possível ser verdade.
A saúde não precisa de tanto recurso adicional assim. O que falta é administração.
Frequento unidades de saúde públicas e vejo que funciona. No exato momento do atendimento. Há agentes de saúde que atendem com atenção, respeito e profissionalismo. O atendimento administrativo é, via de regra, muito ruim. Ou pelo menos, em um grande número isso se repete. Vê-se muitos "fingindo que trabalham".
O que pega são os relapsos, despreparados, incompetentes e desumanos. Sejam médicos, enfermeiros ou administrativos.
Novos tributos para novos recursos para a saúde seriam um esforço gigantesco que precisa de contrapartida; dos médicos e enfermeiros, quase sempre displicentes; das cooperativas mais preocupadas em receber por serviços notoriamente precários; dos administradores dos hospitais que não saem de seus gabinetes nem cobram de seus subordinados um serviço de qualidade.
A saúde vai mal não porque os governos tenham deixado de investir, mas porque o sistema em si é um monstro que devora o próprio Estado e destrói vidas que deveria salvar.
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