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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Repatriação de Dinheiro: Eu Não Me Calo


Ainda não deu certo o apunhalamento da moral, ética e legalidade; que poderá transformar o Brejil na maior lavanderia de dinheiro jamais vista desde o Big Bang ou a criação do mundo, conforme o pensamento de cada  um sobre a origem da vida. 
Na sessão de ontem na Câmara Federal, o governo retirou da sessão sua infantaria do mal e não se votou o projeto de lei que autoriza a repatriação de dinheiro enviado ilegalmente para o exterior. Na semana passada, a oposição conseguiu tirar a proposta da pauta. 
A alegação de ontem foi "propiciar o debate sobre mudanças feitas no texto". Em verdade, bateram em retirada por medo de amargar nova derrota.
Não é só este silvícola fake que se rebela contra essa nojenta aberração. O próprio Ministério Público Federal entende que pessoas e empresas que mandaram ativos para fora sem comunicar ao fisco serão anistiadas dos seus crimes apenas pelo fato de pagarem Imposto de Renda e multa; coisa de somente 35% sobre o valor declarado, um tributo à impunidade. Em tempos de operação Lava a Jato e Zelotes,  escancara aos investigados “uma verdadeira blindagem”. 
Sem falar que o projeto original previa a declaração de procedência do recurso e limitava a aceitação a recebimento por serviços prestados ou bens vendidos e recebidos no exterior, além de outras receitas claramente lícitas e apenas não declaradas ao fisco brasileiro. Pois o relator da proposta, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), um aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aumentou o rol dos crimes que poderiam ser anistiados.
Além de sonegação fiscal, descaminho e falsificação de documentos, entraram na lista delitos como lavagem de dinheiro, evasão fiscal, comércio ilegal de moedas estrangeiras por doleiro não autorizado a operar nesse mercado. 
Tinha até dinheiro de caixa dois e a formação de quadrilha entre os crimes passíveis de anistia; mas até os bandidos do congresso acharam acintoso demais. 
Manoel Junior acusa os críticos de desinformação . Segundo ele, "a mesma iniciativa vem sendo adotada em outros países, como França e Itália". A diferença é que, por lá, há outras formas de cercar a pureza da origem. Em meio a uma crise ética endêmica, não podemos aceitar uma aprovação deste absurdo.

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