Comprovado: Não Existe Almoço Grátis

Primeiro, cabe relembrar alguns fatos. Em setembro de 2012, a governANTA arrotou choco (ver significado AQUI) aos quatro ventos que ia reduzir, a partir de janeiro de 2013, a conta de luz dos brasileiros e brasileiras em 20%, fato absolutamente impossível mesmo que posto que nossa tarifa é das mais altas do sistema solar.

Lare-lares e campanhas eleitorais à parte, venho comentando desde 1500 que tudo é mais um engodo da corja vermelha para a tentativa de reeleição da dentuça.

O festivo e falso anuncio dela deveria contemplar, e isso ela omitiu nos seus pronunciamentos e de seus acólitos, o fim da cobrança, na conta de luz, de encargos que arrecadavam recursos para dois fundos do setor elétrico (CCC - Conta de Consumo de Combustíveis e RGR - Reserva Global de Reversão) que davam suporte às concessionárias deficitárias e transferiu à CDE - Conta de Desenvolvimento Energético, a responsabilidade pelo financiamento das ações vinculadas a eles.

Além da extinção destes encargos, o governo antecipou a renovação de concessões de geração (usinas) e linhas de transmissão de energia, condicionada a uma redução no valor da remuneração paga às empresas pela operação de seus empreendimentos. Pura e absoluta chantagem: ou topavam ou topavam.

Resultado: quebradeira geral e pé nos freios dos programas de investimento e modernização dos sistemas.

Além disso, a CDE tem outras finalidades como desenvolver fontes alternativas e mais baratas, Programa Luz para Todos, subsídio na conta de energia dos beneficiários do Bolsa Família e auxílio financeiro às geradoras de regiões isoladas do Brasil,  por exemplo, e, como as despesas da CDE têm sido superiores aos recursos que entram em sua conta, o Tesouro tem feito aportes sistemáticos para compensar esse déficit.

Uma vez que, com o nível dos reservatórios em todo o país se depleciando a olhos vistos pelas poucas chuvas, a necessidade de rodar com todas as usinas térmicas a todo vapor força, inevitavelmente a um aumento do custo geral da produção de energia, a conta a ser paga pelos brasileiros pelo uso delas que, até agosto de 2013 já era de R$ 8,6 bilhões, já é mais que suficiente para levar provocar uma alta média de 8% nas contas de luz.

Portanto, o suposto saco sem fundo, cujo abastecimento é feito por todos nós, chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um dos pilares do plano do governo de barateamento das conta de luz, furou e vazou pra todo lado.

De lá pra cá, o (des)governo, navegando contra a corrente, vem estudando medidas para aliviar esse repasse, entre elas a possibilidade de parcelar a fatura, empurrada goela abaixo nas concessionárias, em até cinco anos.

Como nada deu certo, atabalhoada que foi a decisão, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) informou hoje o repasse a todos nós consumidores de mais uma conta bilionária, que pode levar, sozinha, a uma alta média de 4,6% nas tarifas este ano.

De acordo com a conta feita pela ANEEL, as despesas assumidas pela CDE em 2014 superam em R$ 5,6 bilhões as receitas previstas para o fundo, já incluído um aporte de R$ 9 bilhões do Tesouro previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). É essa diferença que pode ser repassada aos consumidores por meio da conta de luz e deve levar a uma alta mínima de 4,6% na tarifa.

Para continuar a ilusão, a proposta da ANEEL ainda vai passar por consulta pública, o que significa que os números podem sofrer alterações (podem ter certeza que para maior) até se chegar ao número final, o que se espera para a segunda quinzena de março.
Some-se a isso o que já comentei quanto ao uso mais intenso de energia termelétrica no país desde o final de 2012 e o couro vai comer.

O menos ruim disso tudo é que a governANTA e seus alugados, OPS, digo aliados, vão ter que segurar o tchan perante a opinião pública, agregando mais esse fiasco a sua péssima administração.

Espero que alguém da oposicinha saiba usar isso a nosso favor para tirar a corja do poder pois, como sugere o anúncio do motel aí de cima, alguém vai se phoder...