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terça-feira, 10 de julho de 2012

O SUS da Vida Real


O 9 dedos não vivia dizendo que o SUS é o melhor serviço de saúde do sistema solar? Não chegou a oferecer ao Obama para mandar nossos técnicos implantarem nos Istêites? Não chegou à heresia de dizer que dava até vontade de adoecer prá ser tratado pelo SUS?
Pois é...Fora do Sírio-Libanês a coisa é diferente e o buraco é mais em baixo.
Publico um tweet de minha amiga Madame Martins (@mmemartins) sem trocar nem uma letra, tamanha sua indignação comno foi tratada.

A VALORIZAÇÃO DA IGNORÂNCIA E DA BURROCRACIA ou COMO RECONHECER UM PEQUENO DITADOR ANALFABETO

Cheguei à UBS (Unidade Básica de SAÚDE) às 17:00. Fui direto para a farmácia retirar um medicamento de uso CONTÍNUO ao qual, pela letra da CONSTITUIÇÃO, todo cidadão TEM DIREITO.
Nesse ponto é bom que se explique que os médicos do INCOR têm o cuidado de ESCREVER após o nome de cada remédio a observação: “Uso ATÉ A PRÓXIMA CONSULTA” e, no topo do receituário, em letras maiúsculas, “MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO”.
Convenhamos, nada do que o médico do INCOR escreve está em sânscrito, chinês ou russo. Tudo está em bom e correto português, digitado e impresso. Sendo assim, nem da letra do médico se pode reclamar, não é mesmo?
Convenhamos também que ninguém tem matrícula e tratamento contínuo no INCOR para cuidar de dor de cabeça, cólica menstrual ou unha encravada, concordam? Lá são tratadas DOENÇAS DO CORAÇÃO.
Ao final da página do receituário estão a assinatura, o carimbo e o número de CRM do médico, o que o faz responsável pelo que receitou. Certo até aqui? Prossigamos.
A atendente da farmácia da UBS olha para a receita e diz: “Nós só fornece o medicamento com receita de até seis mês” (SIC)
Pacientemente mostrei a ela os detalhes da receita (paciente crônico, medicamento de uso contínuo, uso até a próxima consulta, etc, etc). Em vão. A resposta foi: “Não fornece. Tem que MARCAR UM CLÍNICO PRA ELE SUBSTITUIR A RECEITA”.
Raciocinemos juntos:
1) Um clínico que jamais viu o paciente antes vai COPIAR a receita prescrita CORRETA E DETALHADAMENTE pelo médico DO INCOR, que acompanha o paciente há anos, e aí então essa receita passa a valer. FAZ SENTIDO????
2) Horário disponível para consulta com o clínico: FINAL DE AGOSTO. Até lá, faz o quê mesmo com a pressão arterial do paciente???
3) Como uma atendente de balcão de farmácia pode passar por cima do que determina um MÉDICO QUE ESTUDOU ANOS A FIO, TRABALHA NUM DOS MELHORES HOSPITAIS DA AMÉRICA LATINA E TEM RESPONSABILIDADE SOBRE O QUE FAZ???
A essa altura devo confessar que já estava sem paciência, embora ainda estivesse disposta a resolver o problema. Afinal, o remédio é muito mais importante do que a imbecilidade de uma atendente que não entende o que tenta ler.
Resolvi ir até a administração reclamar e, quando já ia saindo para subir as escadas, escuto o comentário da atendente para a colega: “Vai me dizer que essa mulher não tem dinheiro pra comprar esse remédio?”
Aí não prestou. Sim, o sangue subiu e subiu feio. Imediatamente me vieram à cabeça as cenas que vemos TODOS OS DIAS na televisão: roubalheira, desmandos, corrupção, bandalheira. Tudo isso federal, estadual e municipal. Tudo patrocinado PELOS NOSSOS IMPOSTOS, escorchantes e roubados de nós.
Perdi a linha, esqueci a educação e soltei o verbo. Comecei chamando a mocinha de ordinária. Sim, ordinária.
Ordinária porque não está ali para me fazer FAVOR algum. Fui até ali buscar o que é de DIREITO de qualquer cidadão, TENHA ELE DINHEIRO OU NÃO.
Ordinária porque mal sabe falar, mas sabe ofender e humilhar o CONTRIBUINTE, seu patrão!
Ordinária porque USA O PODERZINHO que alguém lhe outorgou para pisar em quem vai ali buscar - mais uma vez – UM DI-REI-TO.
Gritei e gritei MUITO ALTO. Vieram alguns funcionários com aquelas caras de “quem está desacatando a nossa querida coleguinha?” e os desafiei. Sim, desafiei. Perguntei quem deles estava disposto a ir comigo até a delegacia. Silêncio total.
Covardes. Ordinários. A lei prevê o desacato de um cidadão (CONTRIBUINTE) para um agente público mas NADA ACONTECE quando esses merdas incompetentes e semi-analfabetos nos destratam ou nos humilham.
Eu disse, sim, coisas inimagináveis para a educação que tive. Disse e repetiria uma a uma. DE-AS-CA-TEI sim. Eles sabem meu endereço. Tô doidinha que venham me buscar em casa. Ando querendo encontrar com um merda desses numa delegacia ou em frente a câmeras de televisão. Duvido que topem o encontro. Canalhas!
Saí dali SEM O REMÉDIO, mas com a alma lavada. Tenho certeza que disse o que MILHÕES de contribuintes têm vontade de dizer.
Fui direto a uma farmácia COMPRAR O QUE A CONSTITUIÇÃO – ESSA LETRA MAIS MORTA QUE VIVA – ME GARANTE.

Preciso comentar alguma coisa? Assino embaixo desse manifesto indignado.

Um comentário:

Anônimo disse...

OLÁ CACIQUE.

FAÇO MINHA A ATITUDE DELA.
PARABÉNS.

ABS DO BETOCRITICA