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terça-feira, 22 de maio de 2012

De Novo as Montadoras


Crise? Que crise? É só mais uma marolinha. Inflação? Isso não ecziste. O povo está feliz, bem alimentado, com a saúde perfeita, muita grana do bolsa-família e do Brasil Fofinho e o campeonato de futebol começou.
Tanto que ontem a governANTA afirmou que o Brasil "está 100%, 200%, 300% preparado para enfrentar qualquer crise econômica". Segundo ela, as obras de infraestrutura do governo federal, fazem parte de "um conjunto de armas contra crises externas". Acrescento eu: mesmo que estejam só no papel ou no caixa das empreiteiras?
E continua a detuça: "O Brasil, em vez de estar parado esperando a crise, está ativo, fazendo investimentos. Nós vamos resistir à crise criando emprego, investindo em infraestrutura e investindo em atividades sociais."
Deelma ainda praticou seu esporte favorito, criticando a forma como países europeus estão conduzindo a crise, segundo ela, "produzindo uma das maiores recessões de que se tem notícia. Alguns países têm taxas de desemprego que nós sequer concebemos (rsrs haha ushuaushua e sei mais lá quantos simbolismos para risadas) .
No alto de sua prepotência, ainda citou o volume de reservas internacionais do Brasil (atualmente, de US$ 370 bilhões) e disse que "Antigamente, o mundo espirrava lá fora e nos pegávamos uma pneumonia. Hoje não pegamos mais. O nosso futuro está preservado. Temos um compromisso com a geração de empregos".
Mas parece que a coisa real está beeeem longe da realidade. Tanto que o governo anunciou ontem mesmo uma série de medidas para estimular o consumo, de novo usando as montadoras de veículos, embora tenha deixado uma brecha para a aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos). O pacote, claro, está calcado na redução de impostos, aumento de prazos de financiamentos e corte de juros.
Eles esperam que isso provoque uma redução de cerca de 10% no preço dos automóveis, mesmo que a renúncia fiscal fique perto de R$ 2,1 bilhões
Além disso, o Banco Central vai liberar R$ 18 bilhões do chamado depósito compulsório dos bancos para financiamentos de veículos.
Do lado dos pobres bancos, tanto os públicos quanto os privados se comprometeram a cortar juros, aumentar o volume de crédito e aumentar o número de parcelas em que os financiamentos são oferecidos e as humildes montadoras prometeram ainda dar enorme descontos entre 1 e 2,5% sobre o preço de tabela cobrado pelos veículos hoje, além de fazer promoções especiais.
Sem falar no magnânimo presente de não demitirem trabalhadores.
O combalido BNDES abrirá linhas para o pré-embarque terão taxas reduzidas de 9% ao ano para 8% e para o financiamento de ônibus e caminhões de 7,7% para 5,5%. Nas operações de compra de máquinas equipamentos, os juros caem de 7,3% para 5,5% e para o financiamento de projetos de obras de 6,5% para 5,5% ao ano.
É claro que ninguém citou nem de longe que a economia deu sinais berrantes que o crescimento do Brasil pode ser menor do que o esperado em 2012; outro PIBINHO e não o tão propagado PIBÃO.
Enquanto isso, manda-se o povão embarcar em novas e crescentes dívidas. Danem-se. Depois damos outra bolsa qualquer poha.
Não pude evitar de atualizar o post quando vi esta charge do Jarbas no Diário de Pernambuco. Os 300 de deelma. Ótima.

Um comentário:

Rose disse...

Ninguém tem coragem de fazer a "anti-propaganda" e dar um choque de realidade nesse oba-oba?
Falta um espelho na "fuça" desse povo que acredita que está vivendo melhor.