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quarta-feira, 28 de março de 2012

Tem Cota Até Prá Vinho. Ô Corja Ruim.

Tem pouco moreno, preto ou pardo em algum lugar? Cota prá eles. Tem índio querendo vaga em alguma coisa? Cota prá índio. Tem quantidade menor de homosexuais n´algum evento ou organização? Cota também. Segunda feira escrevi AQUI que estavam fazendo greve de fome por cota para negros em cursos de pós-graduação no exterior. Meritocracia é uma coisa que passa longe. Ou melhor, passa faz tempo: tempo apenas de campanha.
Achando pouco? Pois vai ter cota prá vinho brasileiro também. Livre mercado e concorrência como forma de desenvolvimento poha nenhuma. É COTA E PRONTO.
Os maus produtores de vinhos brasileiros, (ou seria, os produtores de maus vinhos brasileiros?) estão forçando o (des)governo a implantar salvaguardas para o vinho brasileiro e pipocam pelo país; e mais recentemente no mercado internacional; protestos e boicotes aos nossos ainda existentes excelentes vinhos.
Uma onda de furiosa retaliação promovida por chefs, importadores, restauranteus, sommeliers, etc; incentivam o boicote ao rótulos nacionais nos restaurantes e nas lojas, para mostrarao governo que isso só atrapalha e prejudica a própria indústria nacional, antes que medidas como o aumento do Imposto de Importação (cogita-se de 20% para 55%) ou a criação de cotas, por limites na quantidade de garrafas importadas, sejam concretizadas.
Por enquanto é apenas um gesto simbólico, mas a coisa vai às raias da justiça com certeza.
É óbvio que a salvaguarda é "um tiro no pé", e os consumidores ficarão revoltados, pois a tal cota não atingirá vinhos argentinos e chilenos por conta das regras do Mercosul. Juntos, os dois países detêm 60% do mercado de vinhos importados no Brasil.
Enólogos afirmam que, desde a abertura da época de fernando Collor, os brasileiros se acostumaram a tomar bebidas europeias de maior qualidade e, na sequência, "obrigaram" os vinicultores brasileiros, principalmente os gaúchos, a profissionalizarem a sua produção, melhorando muito a qualidade do vinho brasileiro. Tanto que os espumantes nacionais concorrem em pé de igualdade com os importados aqui e lá fora.
Muitos dos signatários do tal pedido, votaram atrás e retirarm suas assinaturas,mas a coisa vai em frente, restringindo o livre arbítrio dos consumidores de vinho.
Com um apreciador moderado e conhecedor limitadíssimo, posto que sou cervejeiro, acho que os vinhos ao redor do mundo não são iguais. Cada lugar produz um sabor,uma aplicação, um estilo e até uma história. Não será por cotas ditatoriais e nacionalistas por extremo que se promoverá uma "pasteurização" de vinhos. Isso sem falar nas represálias, por exemplo, ao incipiente mercado internacional para a gloriosa cachaça brasileira. Ou vocês acham que vão deixar barato?

2 comentários:

opcao_zili disse...

Como não têm política econômica, dão voz aos incompetentes e folgados produtores.

decicote disse...

Caro Cacique;

Melhor tomar pinga a certos vinhos brasileiros. E assim vamos Enquanto outros paises lutam pela qualidade, a gente aqui vai pela quantidade. País de bêbado não tem dono...