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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Cordelando 79: A Fuga do Senador

 
A semana nem começa,
E mote tem de montão.
Essa corja não me deixa,
Afastar da profissão.
De fazer as minhas rimas,
Contando do papelão.
De nossa diplomacia,
Nem parecem o Barão.
 
O indinho cocaleiro,
Prendeu lá um senador.
Que correu prá embaixada,
Pois Saboia convidou.
Ficou lá monte de tempo,
Até doente ficou.
Prá não melindrar o Evo,
A gorda não autorizou.
 
Diplomata experiente,
Saboia se arretou.
Mandou vir um ser humano,
Que o conviva consultou.
Como não era cubano,
O dotô compadeceu.
O caso era bem grave,
E o impasse aconteceu.
 
Saboia bem ligeirinho,
Acertou a transferência.
Avisou lá prá Brasília,
Mas não teve paciência.
De esperar pelo comando,
Logo achou que era besteira.
Botou o ômi no carro,
E rumou para a fronteira.
 
Deu um bololô danado,
E o índio se emputeceu.
Ligou para a governanta,
E o negócio fedeu.
Ou devolve o criminoso,
Que pegaram escondido.
Ou no nosso acordo feito,
Fica o dito por não dito.
 
Envolveram fuzileiro,
E Polícia Federal.
Protegeram no caminho,
Enganaram até fiscal.
E chegando em Corumbá,
Terra muito hospitaleira,
Estando o ômi já salvo,
Anunciaram a besteira.
 
Ninguém sabia de nada,
Como a eles convém.
Saboia que não é bobo,
Desmentiu o nhem-nhem-nhem.
Disse que tinha avisado,
A quem tinha de direito.
Que ele era sabido,
Sabia o que tinha feito.
 
Alguma coisa me dá,
Uma dúvida sem fim.
Se a dentuça não sabia,
Nem Dudu nem Amorim.
Por que tinha fuzileiro,
PF e coisa afim.
E a polícia do índio,
Que nem em nenhum momento.
Fez a fiscalização,
Durante o deslocamento.
 
Fato é que Patriota,
Se caiu, não fez feridas.
Foi prá lá prá Neva Iorque,
Sede da Nações Unidas.
Figueiredo assumiu,
Relação exterior,
Trocou seis por meia dúzia,
E a coisa se acomodou.
 
Eu falei lá no começo,
Começando este canto.
Que vergonha no bigode,
Do grande Barão Rio Branco.
Foi um grande diplomata,
Orgulhou muito o Brasil.
Coisa que esse pessoal,
Bem depressa destruiu.
 
Cagada prá todo lado,
Engano tem de montão.
Não fazem nem que se cumpra,
O que acertam na reunião.
Pois foi lá no Mercosul,
Todo mundo concordou,
De aceitar o Stolen,
Que os istêites entregou.
 
Se pode pro americano,
Que traiu lá o tio Sam,
Por que não pode o vizinho,
Que veio prá cá numa Van.
 
Fato é que os vermelhinhos,
Só ficam do lado errado.
Tudo quanto é ditador,
Fica logo amarrado.
Perdoam até as contas,
Tem dinheiro de montão.
Diplomacia de vera,
Não é coisa deles não.

3 comentários:

Zinha Bergamin disse...

Parabéns,Grande Cacique das Terras Distantes!
Seu cordel está delicioso hoje!
Vou recomendá-lo!
Gde bj
Zinha

Anônimo disse...

Love it!
@sulains

CHUMBOGROSSO disse...

Cacique, há muito não venho
Aqui dar os meus pitacos
Mas é que o uso de muletas
Vicia os dois suvacos
Assim depois de longa data
Venho aqui homenagear o irmão
Reconhecendo-lhe a verve
E a potência do bordão
Siga essa missão democrática
De mostrar nossa vergonha
Pois essa gente é como criança
Que só aprende quando apanha.

Forte abraço e esteja comigo no pimentabahiana.org