Uma das maravilhas que a Amazônia disponibiliza na minha taba é o Rio Negro.
Imponente, belo e gigantesco, permite aos manaós disporem de praias de areias branquinhas em toda sua extensão, durante as vazantes e, nas enchentes, continuar desfrutando do refresco de suas águas frias mesmo sem as praias.
Os homens de mau caráter, ávido por roubar recursos públicos, ficam inventando moda. Aqui, inventaram uma tal de praia permanente na Ponta Negra, extremo oeste de Manaus, um balneário público às margens do Rio Negro.
A Secretaria de Infraestrutura, responsável pelo projeto e pela obra, planejou perenizar a margem do rio com um aterro em areia extraida do próprio leito, de modo que garantisse praia o ano, considerando uma cheia récorde de cota 30,77 metros para o Rio Negro, um metro a mais de segurança acima da cheia de 2009, quando o rio atingiu a cota de 29,77 metros de profundidade.
Todo o perímetro recebeu aterro tem 800 metros de cumprimento para tal fim.
Quanto custou? A bagatela de R$ 12 milhões, como parte da revitalização do Complexo da Ponta Negra, orçado em duas partes num total de R$ 29 milhões.
Acontece que o rio é desobediente. Primeiro já chegou a atingir a cota 29,97 m ano passado. Depois, tendo suas águas empurradas mais prá frente, resolveu criar novas e perigosas correntezas próximas ás margens, o que levou a assustadores "buracos" logo após a linha de banho. Tipo as correntezas das praias do Rio de Janeiro ou outras cidades litorâneas, que "puxam" os banhistas.
Desde sua inauguração, em final de 2011, quase 20 pessoas se afogaram no local. Hoveram seguidas intervenções e liberações, dezenas de visitas técnicas de especialistas, laudos e mais laudos de peritos e poha nenhuma. Nêgo continuava morrendo.
Mais recentemente, o Institudo de Planejamento Urbano - IMPLURB anunciou que vai interditar a praia da Ponta Negra sempre que cota do Rio Negro atingir o nível de 17 metros, a partir de informações semanais prestadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Essa é uma das cláusulas que constam do Termo de Ajustamento de Conduta, que trata de medidas de segurança e normas para liberar o uso da praia, interditada desde novembro de 2012, por solicitação do Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM), assinado ainda pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
De acordo com o documento, cabe ao instituto, além do gerenciamento da área, a sinalização e isolamento das áreas proibidas ao uso para os banhistas, além de fiscalizar a comercialização de bebidas alcoólicas, o que só poderá ser feita em pontos fixos, longe da areia, sendo proibida a venda por ambulantes.
O presidente do Implurb, arquiteto Roberto Moita - meu amigo, diz que é fundamental para reduzir possibilidade de novos afogamentos no lugar, a proibição da venda de bebidas alcoólicas na areia e o fechamento da praia ao pôr-do-sol.
Ou seja, gastaram um balaio de dinheiro, roubaram que nem doidos, tomaram a praia do povão, colocaram suas vidas em risco, e acabou-se a diversão...
Prá potaquepareo.
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