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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sobre Operadores e Auxiliares

 
Pelo acompanhamento de conversa entre os médicos da família e do rol de amigos, muitos deles(as) cirurgiões(ãs) em suas especialidades, aprendi que nas operações médicas, existem os principais e os auxiliares e instrumentistas.
Aos primeiros, cabe o momento principal ou o gran finale; o cerne do evento médico; o ponto principal do procedimento. Aos outros, sem desmerecer seu papel, cabem a preparação do campo, o assessoramento ao trabalho principal e o acabamento pós-cirúrgico.
Como engenheiro de obras e empreendimentos há anos, não percebia que tal situação importante existia. Pois enganei-me quadradamente.
Noticiou-se recentemente, acho que na sexta feira passada, que a empresa de telefonia celular via rádio Nextel tem "enorme" interesse em adquirir uma pequena e pré-falimentar operadora chamada Unicel; tão insignificante que não mereceria nem comentário não fosse um "pequeno detalhe": apesar de pequena, a Unicel íntima do poder. Em 2010, a empresa tinha como um dos diretores o anjo José Roberto Camargo Campos, príncipe consorte de ninguém menos que Erenice Guerra, aquela ex-ministra-chefe da Casa Civil que, mesmo saindo do governo por participar de um esquema de tráfico de influência, foi totalmente inocentada pelo conselho de ética, que nada viu no seu caso, como em diversos outros. E ainda tinha o caso do filhote-prodígio Israel Guerra, um gênio dos negócios que intermediou contratos com os Correios mediante pagamento taxas de sucesso.
Segundo a Nextel, o pedido à ANATEL para a compra da Unicel, (que já se chamou até AEIOU, vejam vocês) o objetivo da empresa é aproveitar a frequência de 1,8 GHz pertencente à Unicel em São Paulo para ampliar sua capacidade, com a oferta de serviços de 3G até o final deste ano. Claro que a Nextel irá assumir o enorme passivo da Unicel.
A matama obtida por Zé Roberto, foi a permissão para que a AEIOU entrasse no bilionário mercado de telefonia celular de São Paulo, por pressão de Êre; já que os técnicos da Anatel contestaram a autorização porque a operadora não apresentou as garantias mínimas que fossem sobre sua capacidade técnica e financeira para tocar o negócio. Claro que deu xabú a tal concessão e a josta deve a Deus e todo mundo e de seu serviço ninguém ouve falar.
Na Anatel houve promoções e privilégios prá todo lado na ocasião e um dos manés foi contratado como diretor da Unicel ganhando uns 30 000 reais.
Pois agora, a chiquitita virou joia da coroa. Para as novas operações da Nextel, existirá sobreposição de frequência 3G em alguns locais de São Paulo com a Unicel, o que é proibido por lei. Antão, precisa comprar a belezinha. para atingir seu maior interesse que é a faixa 4G em vias de ser licitada.
Desta forma, muda-se a importância. O auxiliar de operação vira o cirurgião principal. Com uma pequena ajuda do (des)governo. E o paciente; o usuário da telefonia, que se lasque. vamos ter taxas de sucesso mais alta às nossas custas.

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