Read In Your Own Language

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Raios. Volto Ao Tema


Baseado em matéria publicada em A Crítica
Volto a tratar do tema por dois motivos principais: o fato de ser engenheiro eletricista e ver nos raios a forma natural e original do objeto de minha profissão; e os efeitos danosos e estremamente perigosos que representam e para os quais gosto de alertar meus leitores. Com a devida vênia, acrescento a assustadora beleza que me causam fascínio.
Recentes estudos divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazonas recebe todos os anos uma média de 11 milhões de raios, por isso é considerado o Estado com maior incidência de descargas elétricas do Brasil.
Estas informações sempre circularam no setor elétrico, mas eram baseadas em registros empíricos e sempre colocados em xeque. Desta vez, o levantamento realizado pelo Inpe, a partir dos dados da rede BrasilDat, operada pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), aponta que entre junho e setembro houve um aumento de 62%, em relação aos mesmo período em 2011. Esta variação das ocorrências de raios mostram um aumento significativo entre os meses de junho e setembro de 2012 comparado ao mesmo período de 2011. O estudo não apresenta as causas deste aumento, embora eu tenha minha teoria sobre a rapidez da vazante e o aumento do calor úmido no período. 
Por exemplo, no último dia 15 de setembro, embra eu estivesse fora da cidade, soube de uma das maiores tempestades já registradas em Manaus. Na ocasião 327 ocorrências de quedas no fornecimento de energia podem ser apontadas como consequência da forte chuva com raios violentos.
Neste dia, de acordo com informações do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), foram registradas rajadas de vento de 87 km/h no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. No mesmo horário, o 1° Distrito de Meteorologia do INMET indicou ventos de 34 km/h e à meia-noite, de 56 km/h. Elas são apontadas como causas dos últimos apagões que atingiram a capital Manaus e alguns municípios do interior do Estado.
O setor elétrico nacional e, em especial o Manauara, é o mais prejudicado pelo alto índice de descargas elétricas registrado. Prova disso, foi o apagão registrado no último dia 18 de setembro. A falta de energia atingiu todos os bairros de Manaus e também os municípios de Manacapuru, Presidente Figueiredo e Urucurituba. Este evento já se verificou outras vezes no passado, em especial nos últimos 10 anos (coincidência com alguma coisa de mesmo período? HEIN PT?)
Fato é que as descargas atmosféricas são terríveis. Existem sistemas de proteção vinculados às instalações mas seus dimensionamentos são baseados em teorias, cálculos e fórmulas de natureza ainda muito empírica; deixando sempre o espaço para o ACASO ter sua chance.
O que chamamos de blindagem, muitas vezes é vazada e permite que as descargas atinjam os equipamentos.
Eu mesmo já fui "alvo" de correntes circulantes de descargas. Como estou aqui contando a história, é porque foi leve e eu estava a uns 100 metros do local da queda. Senti a mesma sensação de dormência quando apoiamos uma perna sobre a outra ou dormimos sobre o braço. Mas não é nada agradável.
Ter fé ajuda muito, mesmo aos melhores profissionais. OREMOS.

Nenhum comentário: